Tal como a exploração espacial serve de embrião aos mais avançados sistemas de localização ou de robótica, os carros de competição são um mundo de inovação que antecipa os desenvolvimentos tecnológicos que os modelos comerciais carregarão no futuro.
Um desses desenvolvimentos é a utilização de energia eficiente e amiga do ambiente. Num momento em que, mais do que nunca, o debate sob as alterações climáticas está em cima da mesa, os carros de competição estão a deixar para trás os motores a combustão e a concentrarem-se no desenvolvimento de soluções híbridas ou completamente elétricas.
e-Racing: o futuro das competições automóveis
Competições como a Fórmula E, disputada por monolugares inteiramente elétricos ou a FIA ETCR, mundial de carros de turismo dirigida a carros 100% elétricos onde se destaca o CUPRA Leon e-Racer, estão a ganhar cada vez mais adeptos e audiências mostrando que os motores elétricos são o futuro das competições automóveis. Aliás, nesse sentido, a FIA lançou este ano uma nova classe nos ralis denominada Rally 5e para carros inteiramente elétricos e que, de acordo com alguns especialistas, é o balão de ensaio para podermos ter, num futuro próximo, um WRC só disputado por este tipo de motores.
Muitas questões afloram à mente dos aficionados de competições automóveis quando falamos de corridas disputadas apenas por carros de competição elétricos. Uma delas prende-se com a potência.
Pegando no exemplo do CUPRA Leon e-Racer que compete no ETCR, este carro não deixa as expectativas dos aficionados da potência e da vertigem da velocidade por mãos alheias. De origem, este carro de competição elétrico pode alcançar os 680 CV (12.000RPM com uma relação de redução única de ruido 1:5,6) demorando cerca de 3 segundos dos 0 aos 100 e atingindo velocidades de até 270km/h.
Como vemos, para além de deixarem uma pegada de carbono muito inferior aos tradicionais carros de competição alimentados a combustíveis fósseis ou híbridos, dado que não emitem gases e não gastam óleo, os carros de competição movidos a energia eficiente são muito mais silenciosos do que os carros a combustão. As diferenças, contudo, não se ficam por aqui.
Ao contrário do que acontece com um carro de competição a combustão, estes carros disponibilizam a potência máxima no momento do arranque e, como veremos de seguida, fazem a recuperação da energia gasta contribuindo não só para um menor dispêndio de eletricidade, mas também para uma melhor gestão de corrida. Note-se que um motor a combustão interna acaba por desperdiçar 70% da energia que gera.
Apesar de serem relativamente curtas no tempo (com exceção das competições de resistência), as corridas exigem que os motores dos carros de competição tenham grandes débitos de energia. Neste ponto, os CUPRA Leon e-Racer fazem da energia eficiente uma mais-valia, uma vez que a energia consumida pelos seus quatro motores (alimentados por 6.072 baterias) acaba por ser recuperada nos momentos de travagem e/ou desaceleração.
Tudo isto é controlado pelo piloto através de um ecrã tátil que lhe permite não só conhecer o desempenho do carro e do sistema elétrico, como também transferir esses dados para os engenheiros da equipa em tempo real.
Como referimos, as competições automobilísticas antecipam os sistemas mais futuristas, tornando os carros de competição numa montra de inovação não só em termos de energia eficiente, mas também a nível de design e ferramentas de auxílio à condução.
Nestes campos, o novo CUPRA Leon Competición dá cartas, logo a começar pelo chassis. Através da multifacetada tecnologia de impressão 3D da HP Multi Jet Fusion, as peças que compõem este carro de competição ganharam vida, mas não uma vida qualquer. Para além da racionalização do processo de produção, a tecnologia de impressão 3D da HP Multi Jet Fusion permitiu pôr em campo peças aerodinamicamente mais eficientes que proporcionam um melhor desempenho em pista, já que apresentam um menor coeficiente de arrasto nas entradas de ar.
Décimas de segundo são, não raras vezes, a diferença entre a vitória e a derrota numa corrida, basta olhar para os 14 milésimos de segundo de diferença entre o primeiro lugar do lendário Ayrton Senna e o segundo de Nigel Mansell no Grande Prémio de Espanha de 1994 em Fórmula 1.
Maior energia eficiente e fiabilidade do motor, peso bem distribuído e uma caixa que acompanhe as necessidades de carro e condutor nos mais exigentes circuitos, são atributos que os engenheiros da CUPRA não deixaram ao acaso, uma vez que o novo CUPRA Leon Competición vem com um motor 2.0 TSI 340 CV e turbo de alto desempenho que permite atingir até 265 km/h e 410 Nm de binário.
Para que toda a potência do carro seja colocada no chão, este novo carro de competição apresenta uma melhor distribuição do seu peso e uma caixa de 6 velocidades sequencial que permitirá ao condutor trocas de caixa mais rápidas do que até aqui.
Esta ementa de inovações não fica completa sem referirmos a direção elétrica por cremalheira que se comporta como um dos melhores amigos do condutor em competição, uma vez que se adapta às características de cada traçado.